quinta-feira, outubro 11, 2007

Amor incontido


Um dia a gente cansa, de fingir de ser criança.
E uma felicidade infeliz nos acompanha a todo tempo
Como ver os outros cheirando as rosas sem nem perceber o aroma
que passa tão perto
Desejar uma rosa cercada, inalcançável; e não conseguir exalar o cheiro das que consegue colher...
Elas murcham, e você as encharca com lágrimas solitárias.
Lágrimas que refletem a impossibilidade de conter tanto amor por uma só pessoa, que, por força do destino desritmado, é apenas um atalho na sua vida, um trecho que deixará eternas lembranças, doces lembranças.
Pessoa que te encantava nos mais simples gestos.
Ao vê-la dormindo, ficava adimirando-a, como um anjo você adornava-lhe de preces e bons fluidos!
Você vê os ponteiros do destino mudando, distanciando-a cada vez mais. Uma vida que morre, você sente que vai mudar de vida, já que mudará a convivência... e sepultar este cotidiano que te contentava tanto... Não é fácil!
Amo-a com toda minha alma, com minhas víceras efêmeras!
Meu espírito transcende quando nos comunicamos... Sublime sensação!
Todos os momentos se tornam sagrados, vontade de chorar cada vez que olho em seus olhos, cada vez que vejo sua alegria estonteante...
Cada amanhã que desponta no horizonte
Contrasta com cada ontem que desejava reviver como criança
Dormir em seu colo por uma noite...
E nada mais faltaria
Tudo de menos valeria!
Um sono vivo!
Eterno

Éder Carneiro Cardoso e Silva

segunda-feira, agosto 13, 2007

Papel e caneta

O que eu quero escrever agora?
O que me importa nessa hora?
Que tema eu devo salutar?
Que palavra eu devo agigantar?

Será de amores, de dores,
de prazeres, de fervores?
Ou seria da ausência, da falência,
do dramático, do hilário?

Enquanto eu não sei o que escrever
Que sentido obedecer
O tempo passa, e leva junto
a inspiração
pois, esperei o futuro,
desprezei o presente,
busquei outras sensações
e esnobei do coração
as etéreas emoções.

Éder Carneiro Cardoso e Silva

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Foi de repente

foi de repente
o tempo desfez tudo
o olhar ficou desfocado, congelado
desprezando o tempo insólido
olhando formas indecifraveis
onde antes havia sua foto...

e o passado vigorou novamente

não há mais amor
nem glória
nem heróis descendo do céu
apenas a vontade de estar com você
apenas a vontade de estar em seu braço
apenas a vontade de ser o seu abraço
apenas a vontade de te desenhar em um traço
apenas a vontade de te provar que não sou de aço

e as desculpas, como folhas secas
servem apenas pra sonorizar a despedida
enfatizar os passos de alguém que despreza o espaço em meu coração
e esquece que esqueceu o dia que me amou

um diluvio não irá superar meu pranto
um raio não será mais quente que meu clamor
eu não consigo me amar sem você
eu não consigo me olhar sem você
eu não sei viver sem...nem.... vem!

Éder Carneiro Cardoso e Silva 06/02/07