quarta-feira, julho 19, 2006

Texto não-recente(2002), valor atual

Visando a vida


No simples avistar da paisagem vejo a beleza da vida
Entrego ao meu pulmão o mais puro oxigênio
E devolvo com satisfação o gás carbônico para a natureza continuar o ciclo;
E tirar do meu pensamento o vício que a civilização insiste em alimentarao achar que ganham mais transformando “ela” em dinheiro, e construindo caos, Ah! Como eu lamento, mas lamentar não adianta.
Quem me dera ver os cientistas clonarem Che Guevara, Gandhi, Martin L. King...
Mas não, eles irão clonar pessoas simples, pessoas que pensam como nós pensamos - apenas pensamos, e não convertemos a fé em ação.É... Construímos em sonhos castelos, e não levantamos nem sequer uma parede de indignação diante do que fazem com a nação;
Respondemos a pesquisas, manifestamos a nossa discórdia, enquanto em nossa cidade tem injustiça, antiética na câmara municipal, e não temos coragem de irmos ocupar nosso espaço na tribuna, e exercermos nossa cidadania.
Ah! Cidadania, será que sabemos traduzir essa palavra, será que somos cidadãos, ou apenas fantoches dos maquiavélicos que insistem em usurpar dos humildes e corromper os ambiciosos, que quase sempre estão do nosso lado, mas não jogam a nosso favor, a favor da justiça, da honra e da verdade.Insensatez?
Descartem-na do nosso vocabulário, não busquemos válvulas de escape.Busquemos o calcanhar de Aquiles daqueles que estão sugando nosso suor, e dão-nos apenas a dose mínima para que sempre estejamos pedindo com a garganta seca mais uma gota d´água, e, ironicamente, a fonte é nossa, eles que se propõem em cuidar, porém quando falham, maquiam os rostos para confundir a massa, que infelizmente, aliás, propositalmente não receberam instruções e conhecimentos para discernir o joio do trigo.
Esses tiranos almejam a oligarquia, esquecem que iram ver a ferrugem degredar sua riqueza, a traça e o cupim consumirem suas especiarias.Ai sim eles verão que muito na mão de poucos, é muita água pra cano frouxo.

Eder Carneiro Cardoso e Silva

Publicado no Recanto das Letras em 02/11/2005Código do texto: T66469