quarta-feira, novembro 12, 2008

Já era (! ou ?)


Pensei em seguir
Parei!
achava que era questão de sensibilidade
que estava aquém do momento e da minha idade
Mas logo pude perceber que estava fantasiando-me
Criando verdades, infiltrando minha sensatez
Invadindo minha mente convicta como um vírus invade uma célula, se passando por agente necessário =0 ... e aí... já era...
Já era parte de mim, já se proliferou no meio
Então ficava na brevidade constante, como os suspiros de um cantor a cada verso entoado
Assim eu estava, em busca de fôlego para discernir e controlar a ansiedade - que é inalada junto com oxigênio, nesses tempos modernos - involutariamente contraída
- Mas do que se trata? Qual o problema?
- Não há problemas!!!
- Então, o que é?
- Ora! Estou vivo. O segundo seguinte de vida é um ato seguido, é um novo pesar...pensar.
Não tem lógica. A vida é assim com todos, você não é o único. Explique-se melhor!
- Humm.. não sei... acho que é a liberdade, a dispersão, a variedade de rotas, a metamorfose. O querer de hoje já não é o belo querer de amanhã. E aí, ficamos como um ribeirinho, que nunca entra no mesmo rio; como uma estação de trem, que não difere mais um vagão do outro. Aliás, como os gráos de areia da ampulheta - só funciona se mudar de lado. É isso!! Sou condenado a ter a liberdade de mudar...
- Meu Caro, um barco muda de cais, muda de praia, de oceano, de rota! Mas o seu lemo, a bússola lhe orienta. Não fica a deriva, a mercê do desdém do tempo. Pode mudar. Mude! Mas tenha controle da sua Náu!
- Quando eu tenho o controle, fico fatigado, caio no ostracismo... sei lá. Chegar, chegar. Avante, avante. Será que o diamante é belo porque escolheu ser diamante? Será que a ostra produz pérola porque idealizou antes? A borboleta deixou de ser casulo sem muito murmúrio.
- Meu caro, acredito que estáis se orientando agora. Vejo mais clareza, mesmo que em sua particular destreza.
- Nunca me ensinaram a admirar o sono de um animal. E nem por isso deixei de admirá-lo.
- Meu Caro, Pensei em seguir. Parei! Achava que era questão de sensibilidade; que estava aquém do momento e da realidade. Mas logo pude perceber que estava fantasiando-me.
Criando verdades, infiltrando minha sensatez. (Conluio?)
Invadindo minha mente convicta como um vírus invade uma célula, se passando por agente necessário =( ... e aí... já era?