sábado, outubro 01, 2011

no blind no

Todas as lembranças comprimidas

Cabendo em um só pensamento...

Como...

Eu vivi, eu tentei, eu quis...

Eu aceitei, eu traguei a vida

Na maioria das lembranças meu peito está escancarado

As lágrimas sobrevoam além das nuvens

E num prisma inesperado colorem meu horizonte infantil

Na profundidade do olhar que parece não focar nada

A textura da minha pele vai mapeando o tempo

Se o meu rosto não é tão suave, as lembranças são ainda mais leves

Se a barba enrosca atrevida nas unhas, não posso acordar tarde

Retenho-me à quietude do despertar, onde por um segundo não sei de nada

E é tão saboroso este breve instante - tão resplandecido de naturalidade

Nem a gravidade é notada, o espreguiçar esboça um voo, que logo se vê que é tolo

Cerro os punhos, concentro a força na mão contraída - sinto o ânimo

A pele recorre ao sangue que percorre os estreitos caminhos da carne

A carne que estremece, que obedece até a mais tola das emoções

Sobretudo, as emoções atemporais

Que não tem validade nem morre no cais

Sobrevive às tempestades e às bússolas quebradas

quinta-feira, julho 14, 2011

Requiem para o presente


''Fruto do mundo
somos os homens
pequenos girassois os que mostram a cara
e Enorme as montanhas que não dizem nada.'' Raul Seixas

Requero redigo e repego tudo que é preciso para o mundo ficar mais belo
não podemos perder o elo que une o homem ao universo e à natureza inata de todas as coisas singelas e estantâneas que surgem ao palpitar do coração, ao piscar dos olhos por onde passa alguém com frio querendo um abraço por onde passa o calor forma o laço que baila e rima a conVivênvia sem se render à conveniência que nos abate nos recua e desnuda nossa espontânea vontade de ser e só onde o sol não pede assepsia aos que se banham em sua luz generosa e justa