domingo, maio 21, 2006

Caminho por casa


Caminho constante


Eu sempre sigo algum caminho, é minha condição humana
Eu nunca penso se estou sozinho, sempre sinto sua presença
Faço das pedras percalços para permanecer onde tudo emana
Ponho a mão no bolso para não sentir o frio da insana descrença
.
Começa a chover, a terra transpira, agradece aos céus com frescor
As aves vão para o ninho afagar os pequenos alados sem imunidade
Eu fico junto a uma árvore que relembra o manto de mãe; terno amor
Meu coração sente-se em casa, minha alma não quer voltar pra cidade

O céu termina sua graça e o arco-íris contempla o horizonte convidativo
Meus passos agora estão mais lentos, não tem pressa em sair desse campo
Cada orvalho, cada lírio, cada canto que ouço cria mais uma raiz no solo cativo

Quando piso o último pedaço deste campo, os meus olhos enxarcam-o em prantos
Percebendo o retorno do martírio, a natureza deserdada pela terra de tolos encantos
E já sinto a falta do manto, da chuva, da ave, dos lírios que me apresentaram o eterno campo

Éder Carneiro Cardoso e Silva
21/05/2006 -23:32

5 comentários:

Ana Wagner disse...

Eder,a espera dói mas é doce
a recompensa! Teu blog me deixou
emocionada como se eu fosse ,de
alguma maneira,parceira desses
sentimentos que expressas com
tanta sensibilidade.Um grande
beijo e sucesso poetinha!

Anônimo disse...

Adorei primo... é engraçado como lendo as suas palavras me leva de volta a nossa terra... tenho saudades de você. Leo.

PS: agora sou vou ter que traduzir para a baixinha!

Anônimo disse...

Irmãozinho querido!!!
Muito lindo sua poesia....vc eh indiscutível...
BJs!!!

Anônimo disse...

Lindo...Sua poesia é fascinante...Você é fascinante...Grande beijo!!!

Anônimo disse...

Irmaozinho lindo
a cada dia me surpreendo mas com suas poesias.Amei!